sexta-feira, 15 de julho de 2011

Reivindique sua mente

“Catalisadores para dizer o que nunca foi dito, para ver o que nunca foi visto, para desenhar, pintar, cantar, esculpir, dançar e agir de modo nunca feito, para impulsionar a criatividade e linguagem.

O que realmente importa é, ...eu a chamo de... a presença sentida da experiência pessoal. O que é um jeito afrescalhado de dizer que simplesmente precisamos parar de consumir nossa cultura. Nós temos que produzir cultura. Não assista TV. Não leia revistas. Nem mesmo escute rádio. Crie seu próprio “RoadShow”. O nexo espaço-tempo do lugar onde você está agora é a parte mais imediata de seu universo. E se você está preocupado com Michael Jackson, Bill Clinton ou alguma outra pessoa, então você está sem poder algum. Está cedendo esse poder aos ícones que são mantidos pela mídia para que você queira vestir-se como X ou ter lábios como Y ou coisa assim.

Esse tipo de pensamento é “shit-brained” – nada mais é que cultura de distração .

O que é real é você e seus amigos, suas associações, suas viagens, seus orgasmos, suas esperanças, seus sonhos e seus medos.

Mas nos dizem: Não. Não somos importantes, somos secundários. Consiga um diploma, consiga um emprego. Compre isso e aquilo. Então você se torna um jogador e nem mesmo quer jogar esse jogo. Você quer reivindicar sua mente e tirá-la das garras do engenheiros culturais, que  querem transformá-lo num retardado-meio-cozido, consumindo todo esse lixo, que vem sendo extraído da carcaça de um mundo que morre pouco a pouco. Que sentido isso faz?”
Terence Mckenna (1946-2000)

5 comentários:

Mãe p/DV disse...

“...O que realmente importa é a presença sentida da experiência pessoal ... O que é real é você e seus amigos, suas associações, suas viagens, seus orgasmos, suas esperanças, seus sonhos e seus medos.”
Acho que Terrence Mckenna esqueceu de acrescentar, também, seu imenso EGO!!!
Os meios de comunicação a que ele se refere também são usados para mobilizar um planeta inteiro para ajudar pessoas que passaram por uma grande catástrofe natural, ou ainda para mostrar exemplos de vida como Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier e tantos outros que fizeram diferença nesse mundo enquanto estiveram aqui.
É claro que a mídia também tenta nos manipular, nos colocar em segundo plano, etc..., porém, com que tipo de notícia você se identifica? O que realmente lhe chama a atençao? A dor de um irmão soterrado em virtude de um terremoto, ou o tipo de noticia “shit-brained” , no popular, “que enche sua cabeça de merda”?
Se as notícias tipo “shit-brained” incomadam tanto Mckenna, alguém deveria tê-lo lembrado de uma grande lei da psicologia que diz: “O que mais lhe incomoda no próximo é o que existe dentro de si mesmo, e que você insiste em não enxergar”.
Concordo que precisamos reivindicar nossas mentes, mas que façamos com ela algo produtivo, para o proveito de uma coletividade e não para justificar o que gira apenas em torno de nosso próprio umbigo.

Artemisia quer falar disse...

Mãe p/DV, comentário divergente e inteligente. Mas dê um crédito ao Terrence. Ele foi um profundo estudioso do xamanismo. Nessa entrevista ele falava sobre a necessidade da interiorização, através da meditação ou de ritos xamanicos. A maior parte da sua obra foi voltada para a liberação da mente. Apesar de não ser budista, até onde eu sei, seu lema era muito parecido com o pensamento budista. A compaixão deve ser praticada a todos os seres e a iluminação da mente vc alcança estando totalmente só.

Mãe p/DV disse...

Um trecho isolado de uma mensagem pode ser mal interpretada. Porém eu não vejo compaixão em qualquer agressão verbal. Não conheço bem o xamanismo, mas tenho certeza que fazem parte dessa filosofia a compaixão e a paciência para com todos aqueles que divergem de nossa maneira de ser, pensar e sentir ...

João disse...

Bom, concordo com os dois pensamentos. Acho que não são divergentes, mas se completam. A televisão é o meio de comunicação mais global que existe. Atinge diariamente milhões de pessoas ao redor do mundo, levando notícias boas e ruins, despertando consciência e criando zumbis. Gostem ou não, ela cria tendências sim, ela dita regras sociais sim, ela transforma pessoas normais em Deuses, salvadores e heróis sim (mesmo quando essas pessoas estão longe disso - me refiro aqui a classe política principalmente). Ela banaliza a violência, confunde sexo com amor, faz você acreditar que o último lançamento tecnológico é essencial e vc não vive sem ele e não promove a reflexão. Talvez não seja culpa da TV e muito menos do indivíduo, mas da sociedade que não cobra educação de qualidade para formar indivíduos pensantes. De qualquer modo, concordo com Groucho Marx: “Considero a televisão muito educativa. Cada vez que alguém na sala liga o aparelho vou para o quarto ler um livro”

Artemisia quer falar disse...

Olá João, Esse comentário merece um post. Muito perspicaz. Tudo é dual. Parabéns pelo estilo e inteligência. Obrigada pela visita.