quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Vulgar


Ela é vulgar.
Vulgar no olhar, no andar, no falar, no vestir, no pensar.
Vulgar como registra sua imagem em pixels.
Tão vulgar que seus poros transpiram suor, perfume barato e ansiedade.
Um composto nauseante.

Ela se diz feliz, simples, mas na próxima sentença desdiz.
Na tentativa de demonstrar uma complexidade inexistente.

Sua mente é rasa. Foi apenas fabricada para propagar a vulgaridade. Vulgaridade que grita nas
cores, no contorno da boca, nos agudos e graves que emite.

Sua vulgaridade está nas entranhas, impossível extirpar.

Vulgar está presente em todos nós. Se não explicito, está na sombra.
Se não reconhecido e assimilado, toma de assalto nossas atitudes.
A moça se transforma em nosso espelho.
Muitos a desprezam.
Eu a observo, na tentativa de compreender o vulgar em mim existente.
Pobre moça, criada apenas para ser vulgar e assim o meu desprezo toma o seu lugar.

(Artemísia Q.F.) 

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