Ela é vulgar.
Vulgar no olhar, no andar, no falar, no vestir, no pensar.
Vulgar como registra sua imagem em pixels.
Tão vulgar que seus poros transpiram suor, perfume barato e
ansiedade.
Um composto nauseante.
Ela se diz feliz, simples, mas na próxima sentença desdiz.
Na tentativa de demonstrar uma complexidade inexistente.
Sua mente é rasa. Foi apenas fabricada para propagar a
vulgaridade. Vulgaridade que grita nas
cores, no contorno da boca, nos agudos e
graves que emite.
Sua vulgaridade está nas entranhas, impossível extirpar.
Vulgar está presente em todos nós. Se não explicito, está na
sombra.
Se não reconhecido e assimilado, toma de
assalto nossas atitudes.
A moça se transforma em nosso espelho.
Muitos a desprezam.
Eu a observo, na tentativa de compreender
o vulgar em mim existente.
Pobre moça, criada apenas para ser vulgar e assim
o meu desprezo toma o seu lugar.
(Artemísia Q.F.)
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